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Metamorfose!

Estaremos enfrentando daqui para adiante um grande desafio: utilizar arquiteturas pedagógicas. Abandonar quadro, giz, folhas prontas não será uma tarefa fácil. Encarar  colega do ambiente escolar mau humorada, direção escolar, avaliação do estágio, pais supondo que os filhos estão indo para a escola apenas para jogar no computador... Eis uma verdadeira metamorfose irá acontecer conosco: nas nossas práticas pedagógicas, no convencimento do outro, na busca pelo diferente, na fundamentação teórica.

• Questões orientadoras para a construção da arquitetura pedagógica 

• •  

  • O que estamos  propondo é uma arquitetura pedagógica? Por quê?
  • Que concepção pedagógica fundamenta a proposta desta arquitetura?
  • Quais são nossas intenções ao fazer esta proposição?
  • A proposta é inovadora? No que ela inova? Se eu não estivesse fazendo este  curso, teria condições de propô-la?
  • Quais são os elementos constitutivos privilegiados na proposta? Por que essa escolha? Eles são identificáveis ao longo do desenvolvimento da arquitetura? Como poderão ser avaliados?
  • Que tipo de ferramentas e materiais de aprendizagem vão ser utilizados?
  • Qual é o papel do professor e dos alunos?
  • Que estratégias estão envolvidas na arquitetura pedagógica proposta?
  • Que competências e conceitos (conteúdo interdisciplinar) pretendo desenvolver com esta arquitetura? Como serão avaliados?
  • Que produtos pretendemos alcançar?

Arquitetura pedagógica em ação:

Justificativa:

     Na tentativa de realizar uma incursão pedagógica visando estratégias que sustentem e difundam a tecnologia com a visão pedagógica e acreditando na pedagogia da incerteza propomos uma prática que busque o elo entre as dúvidas do educando e a utlização de multimeios que fomentem o querer saber mais.

     Amparadas por ideias construtivistas baseadas em Piaget, bem como, Freire em seu livro Pedagogia da pergunta, fundamentamos este projeto elencando alguma squestões que nortearam o mesmo. São eles:

• Educar para a busca de soluções de problemas reais;
• Educar para transformar informações em conhecimento;
• Educar para a autoria, a expressão e a interlocução;
• Educar para a investigação;
• Educar para a autonomia e a cooperação.

     Entendemos que o confronto de certezas e dúvidas entre os sujeitos participantes é um fator decisivo no aporte que sustentara a construção do conhecimento, para tanto propomos a elaboração de uma planilha onde conste o endereço eletrônico de cada aluno a fim de desenvolver mecanismos de autonomia na relação aprendiz/conhecimento.

     Por tratar-se de um projeto inovador no ambiente escolar pois acopla teoria, sistematização metodológica e práticas criativas é que precisamos saber de nosso educando quais seus domínio frente aos desafios da web contemporânea.

     Arrolamos alguns elementos constitutivos que permearam o projeto dando significado ao processo investigativo:

• Resolução de problemas
• Projeto de aprendizagem: Essas arquiteturas são definidas como “suportes estruturantes” para a aprendizagem.
• Escrita coletiva:

As arquiteturas  pedagógicas elencadas por nós para fazer frente aos desafios de autonomia e cooperação são abordados claramente por Carvalho, Nevado e Menezes (2005):

São configuradas a partir da confluência de diferentes componentes: abordagem

pedagógica, software, internet, inteligência artificial, educação a distância, concepção

de tempo e espaço. O caráter destas arquiteturas pedagógicas é pensar a aprendizagem

como uma construção a partir da vivência de experiências, de reflexões e metarreflexões

do sujeito, em interação com o seu meio ambiente sócio-ecológico.

Assim optamos por desenvolver um projeto de aprendizagem (PA) que possibilita ao sujeito o exercício de sua autoria, pois a questões elaboradas pelo grupo fazem parte de sua (...) "história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, que se desvelam quando são colocados em situações pedagogicamente planejadas, para se constituírem em um campo rico e desafiador da curiosidade dos mesmos" (COSTA; MAGDALENA, p.3).

O trabalho com PA é assim entendido como um processo complexo de idas e vindas entre o que eu penso que sei; o que me falta saber; o quê e onde buscar; que informações são importantes e o que elas me dizem: corroboram o que eu pensava saber, contradizem o que eu sabia, apontam novos aspectos nos quais eu não havia pensado, geram novas perguntas (Investigação científica).

No livro Educação dos sentidos e mais.... Rubem Alves faz uma reflexão sobre a tarefa primordial da educação, que é levar o ser humano a aprender a descobrir novas formas de ver, de ouvir, de sentir, de ousar pensar diferente e aceitar o desafio do novo, talvez esta seja uma boa descrição para o PA.

"Pensar não é saber as respostas. Pensar é saber fazer perguntas. Sobre esse assunto aconselho a leitura do prefácio à Crítica da Razão Pura, de Kant, em que ele diz precisamente isto: que o conhecimento se inicia com as perguntas que fazemos à natureza. Mas essas perguntas surgem quando nós, ao contemplarmos a natureza, nos sentimos provocados por seus assombros. O início do pensamento se encontra nos olhos que têm a capacidade de se assombrar com o que vêem" (ALVES, 2005, p.81).

Elementos constitutivos

Quando selecionamos estes três elementos: Interação, flexibilidade e registro, nossa intenção foi de iniciar a escrita de uma proposta de Arquitetura Pedagógica conforme nossa compreensão após a leitura do texto de Carvalho; Nevado; Menezes (2007). É inevitável que apareçam outros elementos durante a testagem da arquitetura com nossos alunos (as), pois estes ambientes pressupõem que o aluno (a) torne-se um sujeito ativo. Conforme os autores já citadas, estes ambientes de autoria favorecem a interação e ampliam as redes de colaboração. Nestas atividades, a orientação do professor é fundamental para melhor organização das pesquisas, registros e sistematização do pensamento. Inclusive para realizar a avaliação necessitamos enquanto professores registrar todas as etapas de desenvolvimento dos estudantes e da pesquisa. Assim temos três sugestões para o desenvolvimento do nosso planejamento:

• Resolução de Problemas
• Projeto de aprendizagem
• Escrita coletiva

Papel do Professor

“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê” (FREIRE, 1998, p.115).

        Nesta nova estrutura organizacional o professor precisa atuar como mediador e motivador da rede de relações. Assim propomos uma atividade que favorece esta construção coletiva de conceitos e a utilização dos recursos interativos disponíveis na web, para que nossos alunos e alunas sejam responsáveis pela autoria dos seus textos e colaborem na troca de informações. Com esses movimentos provavelmente o conhecimento ramifica-se  durante o processo de intermediação que fará parte do universo do aluno (a), que nesta concepção assume o papel de sujeito ativo e responsável por sua aprendizagem.

     Para propiciar uma integração com maior amplitude, propomos um blog colaborativo onde as turmas poderão conhecer outras perguntas que desencadearam os processos construtivos e outros meios que foram utilizados para sanar as dúvidas pertinentes ao trabalho e até comprovarem suas certezas. Neste caso, as escolas públicas estaduais precisam optar pelo ambiente do pbwork, pois no momento a utilização dos Blogs por escolas e Coordenadorias foi suspenso.

      Com base nos dados constatados e averiguados, bem como, atendendo aos interesses do educando e realizando uma vertente no conteúdo a ser administrado no decorrer do trimestre, propomos uma relação entre o tema que será especulado com as disciplinas ampliando através do diálogo que se faz necessário para formar o conhecimento. O professor irá propor feedback para acompanhar o desenvolvimento e a intensidade do envolvimento do aluno frente a  organização proposta.

Estratégias

Promover um elo permanente, visando o conhecimento, a relação e o intercâmbio de ideias entre os sujeitos inseridos no processo propiciando e difundindo a utilização da web, bem como, suas ferramentas.

• Propor aos alunos e alunas que formem grupos;
• Exposição teórica das etapas de um Projeto de aprendizagem na Sala de aula;
• Elencar com os alunos e alunas algumas questões que gostariam de investigar;
• Escrever todas as questões no quadro;
• Proporcionar um espaço de diálogo para selecionar as questões que serão pesquisadas por cada grupo;
• Escrita da questão escolhida e das certezas e dúvidas de cada grupo com relação ao assunto, uma primeira versão no Word e depois criar uma página do grupo no pbwork;
• Trabalho de pesquisa na Internet;
• Escrita do texto coletivo pelos componentes de cada grupo;
• Postagem de vídeos, Power Point, sugestões...
• Interação entre os grupos através de comentários; 

Competências e Conceitos

• Definir questão de pesquisa;
• Elaborar certezas e dúvidas com relação ao conceito escolhido pelo grupo;
• Pesquisar na Internet;
• Interagir com os colegas no ambiente pbwork;
• Utilizar o ambiente pbwork e suas inúmeras possibilidades;
• Redigir um texto coletivo;

Aplicação:

Na E.E.E.M. Dr. Genésio Pires os alunos e alunas da 4ª série do Ensino Fundamental realizaram algumas das etapas do Projeto de Aprendizagem, porém não foi possível dar continuidade aos projetos. Os grupos escolheram a questão central e a partir dela escreveram suas certezas e dúvidas. A professora Beatriz colaborou questionando as crianças quanto as suas opções de pesquisa e as certezas e dúvidas de cada grupo. Este processo requer um olhar atento do professor (a) durante a escrita coletiva do texto.

Para Magdalena e Costa (2003) o aluno durante a proposta inicial do PA... “Precisa aprender a entregar-se com alegria à aventura de soltar a imaginação e a inteligência para criar e construir o novo, sempre disposto a reconstruir, na medida em que entende a relatividade do produzido” (p.93).

 Bibliografia:

 Carvalho, M. J. S., Nevado, R. A. e Menezes, C. S. (2005). Arquiteturas pedagógicas

para educação à distância: concepções e suporte telemático. Anais - XVI Simpósio

Brasileiro de Informática na Educação, 1, 362-372.

 Bordas, M. C., Carvalho, M. J. S., e Nevado, R. A. (2005). Formação de professores:

pressupostos pedagógicos do Curso de Licenciatura em Pedagogia/EAD. Informática

na Educação: Teoria e Prática, 8(1), 143-167.

COSTA, Iris Elisabeth Tempel; MAGDALENA, Beatriz Corso. Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0. Faculdade de Educação/PEAD - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Porto Alegre – RS – Brasil.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à Prática Educativa. 8ª ed. Paz e Terra. São Paulo, 1998.

Projeto Amora desenvolvido pelo Colégio de Aplicação - UFRGS.