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Page history last edited by rosanebeltrao@... 15 years ago

 

        

MÁRIO AUGUSTO ACOSTA FERREIRA
NAIR MARILI MONROE GONÇALVES
NEUSA TERESINHA DIAS TEIXEIRA
REJANE PETRO DE OLIVEIRA
ROSANA GOMES DA COSTA PORTO
ROSANE RODRIGUES BELTRÃO
ROSÁRIA LANZIOTTI MORAES

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O trabalho com PA é assim entendido como um processo complexo de idas e vindas

entre o que eu penso que sei; o que me falta saber; o quê e onde buscar; que

informações são importantes e o que elas me dizem: corroboram o que eu pensava

saber, contradizem o que eu sabia, apontam novos aspectos nos quais eu não havia

pensado, geram novas perguntas (Investigação científica).

 

Meu grupo de trabalho foi o 1b e nós definimos o perfil da possível moradora da casa, a partir de nossas vivências, percepções e conhecimentos prévios com relação ao lixo daquela residência e a definição das características de quem produziu aquele material. O outro grupo com o mesmo material definiu outras possibilidades... Estas diferenças é que colaboram para construção do projeto, pois elas produzem o movimento necessário para pesquisa. A cada releitura observamos certos detalhes e idéias que podem ser alteradas ou revisadas. Algum objeto ou característica que para nosso grupo não foi relevante para o outro pode ser importante e proporcionar um outro olhar sobre a pesquisa.

Rosária Moraes(07/09/2009)

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Olá Rosária e colegas de Fórum. Estou começando este novo desafio e espero aprender e contribuir um pouco com vocês. A questão que coloco sobre o G 1b, entre outras que abordarei mais tarde, refere-se ao fato de o grupo afirmar que a mulher mais velha tem um nível sócio-econômico elevado devido as propagandas de viagens e supostos passeios comprovados através de vestígios que remetem a uma viagem de avião. A pergunta que fica é: Pelo simples fato de uma pessoa  vaijar de avião significa que tenha um nível sócio-econômico elavado? Só as pessoas com um nível sócio-econômico elavado viajam de avião? Penso que aqui há um senso comum que remete ao tempo em que realmente viajar de avião era coisa para "ricos". Hoje podemos financiar viagens aéreas em muitas parcelas, sem pesar no orçamento. Fica aqui a reflexão.

Abraços, Mário Augusto.


Mario, esse é o ponto!! A pessoa tem um concepção que já foi ultrapassada  e nem se dá conta. Teu exemplo é excelente e mostra que a atualização cultural é necessária e imprescindível. Os conceitos ficam parados no tempo e, se duvidar, quem é dono deles tb fica.  No teu caso, as argumentações não foram suficientes para te coonvencer porque já tens um outro tipo de conhecimento anterior, inclusive econômico, histórico, social etc...Por isso sentistes necessidade de levantar algumas perguntas para fazer o outro pensar. fazemos isso na sala de aula? Cutucamos o outro para tirá-lo de sua zona de conforto?

 

Bea


Professora e colegas! Sou do grupo 1b e nossa concepção não é ingênua, pois eu nunca fiz uma viagem de avião ou um cruzeiro marítimo. A descrição do perfil foi elaborada a partir das nossas vivências. Eu, por exemplo, sou professora da rede pública estadual e tenho dois filhos para educar, vestir e alimentar. Optar faz parte da minha rotina. Simplesmente não posso viajar. Além da propaganda, outros vestígios citados no trabalho nos levaram a crer que a mulher possuía melhores condições econômicas. Concordo que precisamos “cutucar”, mas até que ponto é possível avançar?

Para Magdalena e Costa (2003) o aluno durante a proposta inicial do PA... “Precisa aprender a entregar-se com alegria à aventura de soltar a imaginação e a inteligência para criar e construir o novo, sempre disposto a reconstruir, na medida em que entende a relatividade do produzido” (pg.93).

Rosária Moraes (11/09/2009)

 

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Percorrendo os grupos da aula presencial, nota-se a diversidade de conclusões que podem ser estabelecidas a partir de uma mesma evidência. No entanto, na aprendizagem isto se torna comum a partir da premissa que a nossa bagagem de conhecimentos e a nossa vivência nos fazem seguir rumos pré-determinados. Acredito que expormos estas certezas que a princípio serão provisórias é que nos levam a desestabilização e a busca de novos conhecimentos.

Lendo os textos me veio à lembrança quando apresentei aos alunos a série “Continente de São Pedro” episódio “A Aurora” onde eles ficaram fascinados quando souberam do que era o território do Rio Grande do Sul a milhares de anos atrás. Para eles era como se o nosso Estado nunca tivesse presenciado as transformações por que passou o planeta através dos tempos. Desta forma me questiono as oportunidades que deixei passar para realizar um trabalho mais interessante, abrangente e significativo para os meus alunos. Naquele momento poderia ter aproveitado muitos questionamentos que seriam pontos de partida para excelentes projetos. Neusa


Gurias, esses dias estava em uma  reunião e uma professora falou sobre o "achamento do Brasil" contrapondo com a idéia de "descobrimento do Brasil". Achei muito interessante porque ela me abriu um termo novo que levou a um repensar meu conceito sobre a chegada dos europeus aqui. Eu tive quere rever minha concepção de "descoberta do Brasil" pois me dei conta de que, mesmo sabendo que não era verdadeira, eu a aceitava e utilizava.Na verdade, eu ainda tinha presente uma concepção ingênua.

 Essa diversidade abre portas não?

Bea 


Realmente Bea, a  história traz muitas questões que podem ser estudadas mais a fundo. Contei para as crianças que os negros eram caçados na África para serem trazidos para o Brasil. Eles achavam que eles haviam vindo como os imigrantes. Na imigração também temos coisas para serem desvendadas e ainda minha colega, professora de história estes dias falou em tom de brincadeira que D.Pedro I havia dado um golpe de Estado no pai, D.João VI. Também é coisa para se pensar ou interpretar de forma diferente.A história sugere várias interpretações.Estes comentários na época geraram uma conversa onde eu achava que meus alunos precisavam um pouco de fantasia, história de principes e fadas. Depois me dei conta de que erramos ao querer protegê-los contando a versão que aprendemos. Precisamos apresentar e deixar que eles busquem os fatos e eles mesmos tenham a sua interpretação.Neusa  


Olá professora e colegas, respondendo a esta questão diria que conhecer  o aluno, a sua realidade e o meio em que vive seria um bom ponto de partida para ativar o movimento de superação do senso comum. Esse olhar sobre o aluno possibilitaria perceber  o que pensam sonre o mundo em que vivem, de que forma participam desse mundo e o que esperam desse mundo. Seria uma investigação prévia da sua vivência de mundo. Dai penso que poderíamos partir para o trabalho com Projetos de Aprendizagem na medida em que percebessemos nos alunos concensos que sinalizam concepções ingênuas a cerca da sua vivência. Dessa forma poderíamos propor Atividades Disparadoras que possibilitariam aos alunos desenvolver trabalhos com PA. A questão que a colega Neusa sugere em relação aos negros por exemplo: sabendo que os alunos não tinham claro a situação da vinda dos negros poderia esse tema se tornar um PA.

Mário Augusto.


Gurias, como juntar diferentes compreensões na sala de aula? Como trabalhar aproveitando isso? Como ativar o movimento de superação do senso comum?

Um abração

Bea 

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Professora Beatriz e colegas!

Em alguns momentos é sensato o silêncio, mas desta vez vou optar por escrever... Temos inúmeras dificuldades na educação atualmente e posso falar com propriedade da rede estadual, afinal são 16 anos de encontros e desencontros. Estamos vivendo um período de descaso, descaso com a educação, com a aprendizagem, com nossos alunos (as), com o ser humano... Vocês podem achar estranho este depoimento, porém de certa forma ele responde o questionamento da Professora Beatriz. Precisamos despertar... planejar e mais do que isto PERCEBER... CONHECER... DIALOGAR... Para acontecer esta AÇÃO é preciso QUERER! No texto “Sobre o conhecimento prévio” é possível perceber que a metodologia utilizada na sala de aula faz toda a diferença!

Rosária Moraes - 9/9/2009


Rosária amorosa, tens razão, vivemos um momento delicado na educação do nosso estado. É um problema sério de macropolítica que se aprofunda no microcosmo da escola. Mas, eu lembro da Camila dizendo que quem gere a sala de aula é o professor e  concordo que a aula ( sem limites físicos), hoje, é o espaço territorial

do professor e ele é responsável por oferecer elementos para que, juntos com seus alunos, a aprendizagem se processe. Não precisa muito não!! Se bradamos por políticas educacionais tb precisamos ter vontade política de agir de forma diferente para quebrar a inércia que hoje prende e sufoca os alunos e professores.

 

Rosária, gestor é para isso!!

 

Um abração

 

Bea


Tentando compreender e responder a proposta da Professora Bea, reservei um momento na minha sala de aula da 4ª série para clarear um pouco as minhas dúvidas. Hipoteticamente, perguntei aos meus alunos o que eles iriam fazer se tivessem que escrever a História do Brasil.

Após alguns momentos de debates e interferências minhas, as quais procurei não direcionar para nenhuma solução, uma menina sugeriu que primeiro ela precisaria pesquisar para poder contar algo que ela não presenciara.

Perguntei onde seria feita a pesquisa e a partir daí houve uma participação maior de alunos no debate. Suas respostas variavam entre livros de história, biblioteca da escola, biblioteca pública,  entrevistas com pessoas que estudaram a história do Brasil. Questionei a necessidade de tantas fontes para contar uma só história e que a qual por um período não haviam testemunhas para confirmarem. Fiquei surpresa (mas não devia), quando eles comentaram que algumas coisas que eles ouviram em anos anteriores, tinham sido ditas de formas diferentes conforme iam passando de ano e de professores. Uma aluna chegou a comentar que era como acontece quando a mãe contava alguma coisa que tinha acontecido antes dela nascer e às vezes o pai dizia que tinha sido diferente. Disse que as pessoas muitas vezes vêem as mesmas coisas de maneira diferentes e que os escritores talvez também tenham pesquisados em diferentes lugares. Acho que é um começo. Pretendo explorar mais .

Quanto ao comentário da colega, me considero uma profissional privilegiada pois sou administradora de minha sala de aula. É um pequeno espaço para me sentir tão feliz mas é meu e nele posso  transformar em realidade todos os meus sonhos de educadora. Ali tenho uma platéia que confia em mim e está acreditando que posso fazer a diferença para o futuro deles. Melhor seria se tivesse maiores e melhores condções porém tento superar as dificuldades que a provedora (SEC) nos impõe com criatividade, apoio dos pais e o que aprendo neste curso de pedagogia. Não posso desanimar pois de mim depende 58 crianças que acreditam em mim.Neusa


NEUSA!!! Que maravilha!! É só abrir a porta que eles saem voando e voando alto!! Busacar responde a mesma pergunta ou duvida com várias fontes vai dar a medida de que não há uma só versão para um fato e dele se pode extrair muitas faces. Isso é trabalhar com a incerteza, com o conhecimento em constate mudança. Continua nosrelatando . Digno do teu blog.

E vocês? Como fariam?

Um abração

Bea 

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Para contribuir com as discussões do nosso fórum escolhi um parágrafo do livro de Rubem Alves, Educação dos sentidos e mais.... (2005, p.81):

"Pensar não é saber as respostas. Pensar é saber fazer perguntas. Sobre esse assunto aconselho a leitura do prefácio à Crítica da Razão Pura, de Kant, em que ele diz precisamente isto: que o conhecimento se inicia com as perguntas que fazemos à natureza. Mas essas perguntas surgem quando nós, ao contemplarmos a natureza, nos sentimos provocados por seus assombros. O início do pensamento se encontra nos olhos que têm a capacidade de se assombrar com o que vêem".

E o autor continua fazendo uma reflexão sobre a tarefa primordial da educação, que é levar o ser humano a aprender a descobrir novas formas de ver, de ouvir, de sentir, de ousar pensar diferente e aceitar o desafio do novo, talvez esta seja uma boa descrição para o PA.

Rosária Moraes (16/09)

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Olá Neusa, penso que é sim um bom começo. Devemos ouvir mais nossos alunos. O mundo em que vivemos hoje possibilita à eles assimilarem muitas informações, o problema é o processmanto dessas informações: o que fazer com elas? Aí entra nosso papel de desafiadores, desestabilizadores porque as fontes de informação são tantas que há que fazer uma reflexão sobre leas mesmo. Saber quem informa, porque informa, para quem informa, de que maneira é dada essa informação. Então são muitas coisas que devem ser pesadas e realmente a conclusão final é deles, mas o processo é de todos. Nesse sentido a investigação "cientìfica" como sugerem os PAs é uma parte importantíssima do processo.

Agora, quanto a questão da sala de aula, sabendo de todas as dificuldades que a SEC nos impõe, acredito que o caminho tenha que ser coletivo, pois não adianta um só professor fazer maravilhas, e tem muitos que o fazem de forma isolada, enquanto o conjunto da escola não atua coletivamente. Penso que o nosso deasfio maior, proncipalemnte na rede estadual, é trabalhar cooperativamnete e os Projetos são um passo importante para a construção coletiva da educação. Dos Projetos de escola poderíamos passar para os Projetos de redes de escolas. Por exemplo: um trabalho articualdo entre as escolas do Eixo Baltazar. É um sonho, mas não é impossível.

Abraços

Mário Augusto.

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Olá colegas! Mesmo chegando com grande atraso no fórum, li as colocações de todos.

Refletindo sobre uma das colocações , me reportei até as últimas duas "reuniões pedagógicas" da minha escola. Nela, na minoria das vezes, são tratados os assuntos do pedagógico. Na  sua maioria, recados. A mesma sede que temos com o pedagógico, em querer buscar subsídios para o nosso cotidiano em sala de aula com nosso aluno, pode ser comparado com o querer algo novo, que é típico do nosso aluno, mas que muitas das vezes não sabemos, ou não temos, um olhar mais cuidadoso, mais atento a sua necessidade, a sua angústia...

Precisamos ser mais "detetives", e tentar pelo menos, descobrir o que nosso aluno quer, qual sua sede de aprender. Dar a ele oportunidade de fala para que possamos detectar suas ansiedades e não fazer o que fazem conosco: nos podam.

Rejane ( vou, mas volto)


Olá colegas!!!!!

Tenho tido muita dificuldade em acessar a WEB, pois estou desconectada a algum tempo e por isso venho só agora trazer também a minha contribuição.

Por considerar que a diversidade existente em sala de aula e as situações do dia-a-dia das crianças apresentam um dinamismo intenso, percebo a necessidade que nós educadores temos em buscar também uma diversidade maior de atividades que contemplem os projetos pedagógicos e tragam nelas instrumentos que atraiam o interesse do aluno.

As singularidades em sala de aula requerem que tenhamos consciência da necessidade de reciclar continuamente nossos conceitos, métodos e convicções, pois, conforme afirma Georgen (2000) “[...] professores não são formados; eles se formam no interior de complexas condições biopsíquicas de seus ideais, desejos, valores e dos desejos que lhes vem de fora, das práxis e/ou da teoria.” Nair Marili


Gurias que belo este forum parabéns,Denise


Continuei trabalhando com as várias interpretações para um mesmo fato com as minhas crianças, desta vez aproveitando que eles estão trabalhando com jornais. Fizemos um debate sobre como são divulgadas as notícias em três jornais da capital. Em cada um deles os acontecimentos decorrentes do mau tempo no RS e SC em meados de setembro eram mencionados com palavras diferentes nas manchetes. As enchentes foram comentadas como

Tragédia, Calamidade e Prejuízos nos diferentes jornais. A partir disto debatemos o que cada jornal buscava com cada palavra em sua manchete. Comentários como:

-Informar setor econômico

-Sensacionalismo

-Vender jornal para a classe mais pobre da população

-Dar a notícia como ela é

-Vender mais jornais

-Amedrontar os leitores

-Comunicar a verdade

-Prevenir a população.

Foi um momento de uma conversa envolvente e descontraída onde percebi que muitos refletiam sobre o que se conversava.

Quando deu o sinal para o recreio eles nem haviam percebido o tempo que havia passado.

Bem Pessoal.Vou aproveitar para iniciar a escolha do grupo que vou visitar o fórum e tentar "pescar" algo "novo".Se quiserem mudar algo é só me avisar.Escolhi o primeiro grupo.O grupo da Camila.OK? Neusa 


Oi! Tudo certo Neusa, eu também vou "pescar" e escolhi o grupo da Zinara! OK? Rosária Moraes

Trecho da fala da Tati, fórum da Zinara:

... "Como foi fácil questionar coisas curiosas sem a "pressão" de ter que perguntar. Nosso universo é muito embasado na busca de respostas e por mais que neguemos, perguntar é difícil, falta prática, temos medo de perguntar o que não segue um "padrão" de possível acerto ou adequação. Acho também que se tivéssemos começado tudo pelos caminhos que estamos trilhando agora os passos talvez ficassem mais firmes. Claro que provavelmente o objetivo tenha sido este mesmo, entretanto é uma sensação muito particular minha".

Rosária Moraes

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Oi Colegas! estava passando pelos grupos e pesquei estes conceitos no grupo da Zinara:

- A crença é a certeza que se tem de alguma coisa. é uma tomada de posição em que se acredita nela até ao fim. sin: convicção, fé, conjunto de idéias sobre alguma coisa, etc. Atitude que admite uma coisa verdadeira.

 - Conhecimento prévio é simplesmente saber algo antes de aprender ou fazer, o modo como se aprende não importa, pode ser sozinho ou com alguém.

Rosana Gomes


Oi Gurias, realmente as participações e reflexões da Rosária e a Neusa foram excelentes e animaram o fórum. O Mário tentou ser um mediador com resultados e conseguiu alguns questionamentos bem interessantes.

Bea


Olá pessoal! Não sei se deveria ser um pescador também, mas de qualquer forma me permiti fazê-lo. A fala que motivou minha pescaria vem do grupo da Carla Truda. A fala é:"

É a segunda vez que escrevo, tento salvar e o pbworks some com tudo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

Me permiti pescar uma frase da Chamla: " É através da interação com os objetos e o entorno que as crianças constroem seu conhecimento. Eles são seres questionadores e buscam conhecer o meio que as cercam através destas perguntas." pergunto-me: se as crianças constroem o conhecimento através da interação com os objeto que a entornam, pra quê professor? Qual seria a verdadeira atribuição do professor: mediador, incentivador, líder, carrasco?

Vou um pouco além, no texto lido Práticas de leitura, escrita e oralidade no contexto social pela interdisciplina Linguagem a autora enfatiza que a escola trabalha com um mundo que difere da prática social do educando, pergunto-me mais uma vez: trabalhar somente com a realidade do aluno iria permitir que ele se acomodasse só no seu mundo???

Na verdade, vou revelar, tenho muito apreensão nesta palavra: REALIDADE. Que realidade é essa, é vista pelos olhos de quem? Até que ponto é permitido a minha atuação sobre?? Parece-me que quando as pessoas inseridas no processo escolar ao falarem a palavra realidade lincam-na com piedade, pobreza." Essa fala é da colega Bárbara. Será que os professores realmente quando falam da realidade dos alunos ou tentam fazer um trabalhor a partir dela, o fazem por piedade ou porque pensam na pobreza dos mesmos? Mas qual seria a intenção? Uma escola das camadas mais altas não poderia trabalhar por exemplo a partir da realidade de seus alunos? Quais seriam os conceitos? Riqueza e crueldade? Bem fica a questão, pode ser que dê "pano pra manga".


Colega Mário,

Gosto muito das tuas indagações pois consigo tomar algumas posições frente ao meu exercício profissional que nunca me são questionadas.Quanto a esta tua última intervenção,não vejo esta colocação como um indicativo de piedade e pobreza. Trabalhei com crianças de outra faixa econômica da população e fazíamos uma análise das condições que eles tinham, mesmo sendo filhos de trabalhadores, como melhores condições de lazer, de vida social, de satisfação das necessidades básicas sem maiores sofrimentos, em comparação com o resto da população localizando-os numa faixa mais privilegiada e com a obrigação de, como cidadãos, também promoveram uma mudança em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Concordo, entretanto que se pode atualmente trabalhar junto a esta clientela privilegiada os motivos que tem provocado estas manifestações de riqueza e crueldade buscando uma mudança deste modelo divulgado pela mídia.

Quanto a tua pergunta da função do professor tenho a minha resposta que a utilizo diariamente na minha sala de aula e dentro do grupo de professores o qual trabalho. Vejo a função do professor como mediador e também desafiador. A partir destas duas características me tornei um líder e um incentivador. Neusa

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Oi colegas! Concordo plenamente contigo Neusa, quanto à função do professor e completo trazendo uma citação de Paulo Freire utilizada na atividade da Inter EJA (Educação de Jovens e Adultos): “Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê” (FREIRE, 1998, p.115).

E Mário... Se tua intenção é “desacomodar” as (os) colegas, alcançou o objetivo, pois esta frase:

 Será que os professores realmente quando falam da realidade dos alunos ou tentam fazer um trabalho a partir dela, o fazem por piedade ou porque pensam na pobreza dos mesmos”? provoca!!!

Em minha opinião quando ocorre esta relação pedagógica dialética não é possível nivelar, igualar ou fixar papéis com um mesmo tempo; os ritmos e histórias de vida dos alunos (as) são respeitados. Assim a aprendizagem ocorre de forma interdisciplinar e à construção do conhecimento é feita a partir da relação com o outro e com o objeto do conhecimento. Este processo de ensino e aprendizagem procura recriar e reelaborar o conhecimento social e histórico já existente. Nesta perspectiva o currículo torna-se mais democrático, transformador e real, os alunos e alunas frequentemente expõe suas dificuldades e angustias com relação a sua aprendizagem.

 

Rosária Moraes

 

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Olá gurias! Concordo plenamente com as colocações de vocês. A minha intenção sim era provocar, e parece que atingi meu objetivo. Vejam bem, a minha questão surgiu a partir da fala da colega Bárbara. A colega diz:"... fico apreensiva com a palavra realidade". Mais aidante diz que tem a impressão de que quando as pessoas falam em realidade, desconfia que a palavra esteja lincada com piedade e pobreza. A partir desta fala queria saber se era fato ou não. E a fala de vocês sugere que não. Para mim isto é óbvio. Mas o óbvio muitas vezes precisa ser dito.

Abraços,

Mário Augusto.

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Olá colegas! Demorei muito a me dar conta deste espaço de discussão e lendo os depoimentos vejo o quanto é rica as trocas que estamos fazendo a cada semestre.

Assim como alguns colegas, também vou relatar uma experiêcia com minha turma de 4ª série.

Estamos nos preparando para o FAT (Fórum Aberto de Trabalhos) de nossa escola o trabalho que escolhi para este ano foi a História da Arte - Falei sobre as várias formas de arte existentes no mundo. Iniciei a parte da pintura com Candido Portinari, um pintor brasileiro que começou a pintar aos 9 anos de idade no interior de São Paulo. Minha escolha foi para que os alunos se identificassem o pintor. Foi um trabalho maravilhoso porque muitos foram os questionamentos em relação a sua vivência porque os alunos se sentiram provocados por justamente se identificarem com o pintor. Falamos sobre Pablo Picasso, Di Cavalcanti e quando falamos sobre Leonardo da Vinci, um aluno que assim como outros já estava se interessando pelo assunto e buscando aumentar seu conhecimento através de pesquisa na internet questionou se era verdade que Leonardo da Vinci era "homossexual". Perguntei o que ele achava e o havia descoberto. Ele então me disse que não havia provas, apenas suspeitas. Neste momento se instalou uma discussão "saudável" em sala de aula porque eu tenho alguns conflitos entre os alunos porque um aluno apresenta diferenças por ser mais educado e por pré-conceitos determinados pela sociedade e é provocado por um grupo enquanto outro defende o colega o respeitando. Enfim, havíamos trabalhado o texto sobre a genialidade de Da Vinci e suas várias descobertas além da pintura, questionei se o fato de ele ser ou não homossexual o tornava menos genial...neste momento a sala ficou em silêncio e alguns alunos olharam discretamente para o colega em questão que por sinal é um dos melhores e não se manifestava. A colega disse que não porque a "a escolha de ser homossexual ou não, não tem nada a ver com a sua genialidade". Outro aluno perguntou porque então ele escondeu se não era vergonhoso? A resposta do outro aluno que até então estava quieto só ouvindo foi que as pessoas não aceitam algumas pessoas porque simplesmente "são diferentes" mas que ninguém se coloca no lugar destas pessoas para saber o sentimento que elas tem e que amam ou odeiam como qualquer outro ser humano. A partir desta discussão, tratamos sobre racismo, classes sociais e muitos outros assuntos polêmicos. Como a turma está acostumada a ter um espaço para essas trocas, me senti muito grata por saber que estou conseguindo transformar meus alunos em cidadãos questionadores e formadores de opinião. Desde então a "peseguissão" ao meu aluno que era diária, acabou.

 

Desde pequenas, as crianças observam o mundo e formulam perguntas acerca dele, com

a intenção de entendê-lo. Pela experiência e pela interação com os objetos, fatos e

pessoas, elas vão produzindo respostas que, certas ou erradas, não são construídas ao

acaso. A experiência pode não ser profunda ou suficientemente extensa, a

potencialidade dos seus pensamentos pode ser insuficiente para formular o que nós

chamamos de uma teoria científica, mas o processo pelo qual as crianças observam o

entorno, formulam perguntas, buscam respostas e desenvolvem seus entendimentos e

explicações para o que observam é muito semelhante ao processo de investigação

científica."  (Iris Elisabeth Tempel Costae Beatriz Corso Magdalena)

 

Rosane Beltrão 04/10/2009 

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Comments (2)

ROSANA GOMES DA COSTA PORTO said

at 8:35 pm on Sep 13, 2009

LIXO- Não fui na aula presencial, mas li o material da aula e os comentários dos grupos para poder colaborar com o fórum. Os grupos investigaram as evidências, procurando saber que tipo de pessoa teria colocados aqueles objetos no lixo, para assim elaborar suas explicações. Conforme o lixo que achavam, iam observando que tipo de vida leva as pessoas daquela casa. Rosana

Beatriz Magdalena said

at 3:49 pm on Sep 14, 2009

Onde estão os outros?
Um abração
Bea

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